NOTA DO MOVIMENTO
NACIONAL DA CIDADANIA PELA VIDA (BRASIL SEM ABORTO)
Assunto: Reforma do
Código Penal Brasileiro propõe ampliação para a prática do aborto e
flexibilização da eutanásia
A necessária revisão do Código Penal Brasileiro tem feito um percurso
que muito nos preocupa. Constituiu-se uma Comissão de Juristas que elaborou
proposta sem ouvir efetivamente a sociedade, tendo realizado algumas audiências
públicas em que não se abriu espaço ao contraditório em temas polêmicos, como
aborto, eutanásia, uso de drogas e muitos outros. A Comissão também
desconsiderou totalmente
projetos de lei em tramitação, já aprovados no Senado,
como o referente à ortotanásia.
Agora a proposta de revisão do Código
Penal Brasileiro iniciou sua tramitação no Senado Federal na forma de Projeto
de Lei (PLS Nº 236/2012) tendo como autor o Senador José Sarney,
Presidente do Congresso Nacional. Surpreende o fato do Presidente do Senado
Federal, ainda que dentro de suas prerrogativas constitucionais e regimentais,
apressar-se em transformar o polêmico ante-projeto em projeto de lei às
vésperas do início do recesso parlamentar. Surpreende também que essa
apresentação contrarie informação anteriormente divulgada, de que o
ante-projeto seria analisado por uma sub-comissão da CCJ, presidida pelo
senador Eunício Oliveira, antes de se transformar em projeto de lei.
Não poderia haver pressa na tramitação
de uma proposta de reforma do Código Penal que traz em seu bojo proposições
polêmicas como a ampliação de permissivos para a prática do aborto até a 12ª
semana de gestação em algumas circunstâncias, além de certa flexibilização para
legalização da eutanásia, a liberação de drogas, flexibilização do infanticídio
e da prostituição, dentre outros.
Não interessa à sociedade brasileira
que essa matéria seja deliberada a “toque de caixa”, sem o devido
aprofundamento de todas as questões que dizem respeito a valores fundamentais
como o direito à vida da criança por nascer. Não é democrático que somente uma
parte minoritária da sociedade civil organizada busque influenciar em mudanças
importantes em um documento legal da importância do Código Penal Brasileiro. É
no mínimo curioso que o próprio portal de notícias do Senado Federal ao abordar
essa matéria, após a entrega do anteprojeto ao Senado, tenha apresentado apenas
uma visão sobre as propostas de descriminalização do aborto, esquecendo que
existem inúmeras organizações da sociedade civil e religiosa, que tem também o
direito de se manifestar sobre este e outros temas que dizem respeito ao
direito inviolável à vida: o primeiro e o mais fundamental de todos os direitos
humanos.
O Movimento Nacional da Cidadania pela
Vida (Brasil Sem Aborto) manifesta-se, nessa oportunidade, extremamente
preocupado com uma possível tramitação célere dessa matéria com o objetivo de
não permitir o amplo debate e a participação da população na mudança de
dispositivos fundamentais que hoje garantem na legislação penal o direito à
vida.
O Movimento Nacional da Cidadania pela
Vida (Brasil Sem Aborto) entende que há dispositivos dessa lei penal que
realmente precisam ser atualizados. Não entende, porém, que se modifique o
Capítulo dos Crimes Contra a Vida sem uma ampla participação da sociedade brasileira
através da representação de instituições e movimentos legítimos na democracia
brasileira.
Sim à Reforma do Código Penal
Brasileiro, mas não à relativização do direito à vida, constitucionalmente
garantido no artº 5º da Carta Magna do Brasil.
Sim aos direitos do nascituro. Não
às proposições de mudança no Capítulo dos Crimes Contra a Vida do atual Código
Penal Brasileiro.
Lenise Garcia
Presidente
Jaime Ferreira Lopes
Vice-Presidente
Nacional Executivo
Damares Alves
Secretária Geral
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